ERESS
SEM CATIVEIROS
O
Encontro Regional de Estudantes de Serviço Social (ERESS) tem como finalidade
estimular discussões em torno dos eixos que estruturam a Executiva Nacional de
Estudantes de Serviço Social (ENESSO), eixos estes: Conjuntura, Universidade e
Educação, Formação Profissional, Movimento Estudantil, Combate às Opressões e
Cultura – todos pertinentes à nossa formação profissional e humana. Tal espaço
é de fundamental importância para estimular as discussões entre os/as
estudantes, bem como entre a sociedade de um modo geral.
Trata-se
também do fortalecimento da categoria pelo direito social à educação pública,
laica, gratuita, socialmente referenciada na luta da classe trabalhadora, e de
qualidade, contribuindo, assim, com a construção de uma transformação social,
na qual sejamos livres de desigualdades, de preconceitos, da exploração do ser
humano pelo ser humano, e de todas as formas de opressão. Uma sociedade onde
possamos desenvolver o potencial humano em sua plenitude, onde sejamos
emancipados/as.
A
conjuntura brasileira é de repressão aos movimentos sociais e retirada de
direitos. Tempos árduos para a classe trabalhadora, composta por nós, negras e
negros, mulheres com duplas e triplas jornadas de trabalho, LGBTs, que
dependemos da venda da nossa força de trabalho para sobreviver e estamos
sujeitos a todo tipo de violência, inclusive do Estado. A burguesia impõe a nós
trabalhadores/as a culpa da crise, sendo o bloqueio do nosso avanço social e
econômico a saída para a retomada do dito “crescimento econômico”, num aprofundamento
das desigualdades sociais, das formas de exploração e da luta de classes.
Diante
disso, há um movimento de retirada de direitos conquistados historicamente
através de muita luta, com contrarreformas como a trabalhista (aprovada), a
previdenciária (temporariamente arquivada) e outras contrarreformas
impopulares, sob o signo do dito “desenvolvimento econômico”. Não podemos
deixar de citar também a escalada fascista que se amplia na sociedade, com a
ascensão de figuras reacionárias, execuções e perseguições crescentes a militantes
e políticos/as combativos, além do genocídio negro que infelizmente ainda está
em vigor.
Claúdias,
Amarildos, Dandaras, Rafaelas, Marcondes, Olívias, Marias, Josés e tantas
outras vítimas de um sistema que tem em suas bases de sustentação o patriarcado
e a exploração de classe. Temos no capitalismo um sistema que sobrepõe o valor
de troca ao valor de uso, e não poupa crianças, mulheres, homens, idosos,
indígenas, quilombolas e nem a própria natureza em nome da expansão do seu
lucro. A repressão é a forma peculiar desse sistema de silenciar trabalhadores/as
que ousam denunciar a barbárie.
Podemos
tomar como exemplo o assassinato do motorista Anderson e da vereadora do Rio de
Janeiro Marielle Franco, mulher negra, bissexual e comunista, executada por
lutar pelos direitos das mulheres, dos negros/as e dos/as LGBTs, por denunciar
os abusos da Polícia Militar e o extermínio da juventude da favela. Uma defensora
dos direitos humanos e figura importante na luta pelo socialismo. Em nome de
todos eles, devemos continuar na luta e nos organizar, por uma sociedade sem
mais cativeiros. Pela emancipação humana!
A
Região III da ENESSO (RIII), composta pelos estados de Bahia, Sergipe e
Alagoas, apresenta o XL Encontro Regional, intitulado “ERESS SEM CATIVEIROS”, com o tema: “No sofrimento e na consciência, na repulsa à exploração e humilhação dos
povos e do homem [e da mulher], é que reside a dinâmica da revolução.” E por
que “SEM CATIVEIRO”?
O
nome do nosso Encontro foi inspirado na Paraíso de Tuiuti, Escola de Samba
carioca que balançou a Sapucaí, e apesar de ter ficado em segundo lugar no Rio
de Janeiro, foi considerada pelo povo brasileiro a campeã do Carnaval do Rio
2018, com desfile que ficou pra história por ter desafiado a burguesia,
trazendo em seu desfile uma crítica inteligentíssima e radical à conjuntura que
nos aflige hoje.
A
Escola trouxe como enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”, questionando
a “emancipação” dos escravizados em 1888 no Brasil e as novas formas de
exploração que aplicam até hoje sobre nós, cada vez mais reinventadas, nos levando a refletir que a carne
mais barata do mercado, parafraseando Elza Soares, segue sendo a carne negra,
descartável e dispensável, mão de obra barata, relegada às periferias e
assassinada. A pobreza no Brasil tem endereço e cor. E essa realidade ainda é
herança de uma “libertação” que passa longe de compensar os séculos de
exploração e cativeiro que sofreu o povo negro e indígena.
De
maneira sucinta, a Paraíso de Tuiuti ainda trouxe à tona as contrarreformas
investidas contra o povo pelo "vampiro” Temer, que estão sendo
viabilizadas pelo aprofundamento da agenda burguesa, fiel ao projeto
internacional proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco
Mundial e pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD),
que envolve privatização das nossas estatais e exploração e exportação dos
nossos recursos naturais, além da supracitada retirada de direitos sociais.
É
neste cenário de ofensiva neoliberal e protofascista, de sucateamento da
educação pública e desmonte do SUS, de retrocessos para a classe trabalhadora,
de crescimento das empresas em detrimento do avanço do povo, que, assim como
cantou a Paraíso do Tuiuti, conclamamos a libertação do cativeiro social
que o capitalismo nos impõe através da luta, organização e resistências
dos povos. Conclamamos todas e todos estudantes de Serviço Social da
RIII, de todas as cidades, de todas as Universidades – sejam públicas ou
privadas, presenciais ou EAD – a participarem do XL ERESS SEM CATIVEIROS!
Nosso
Encontro acontecerá entre os dias 28 de junho e 01 de julho, em Sergipe, e está sendo organizado pelo Centro Acadêmico de Serviço
Social Maria Anízia Góis de Araújo da Universidade Federal de Sergipe
(CASSMAGA/UFS), e pela Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social
(ENESSO).
ENESSO
SOMOS TODOS/AS NÓS! ENESSO É PRA LUTAR!
Comissão
Organizadora do XL Encontro Regional de Estudantes de Serviço Social – ERESS
SEM CATIVEIROS